Meu ar parece exclusivo,
não há sujeira em seu bojo,
não pode ser corrosivo,
não devasta em seu arrojo.
Passa em suave melodia
entre as serras coloridas,
e na silente harmonia
é vida das outras vidas.
Faz da palma dançarina,
da ramagem uma orquestra!
Faz da natura maestrina,
que se revela uma mestra.
À tarde chega o bom austro
em carícias de veludo!`
É como viajar num plaustro
em voo alto sobre tudo...
Este ar é puro alimento
do pulmão nicotinado.
É um santo linimento
por Deus a nós destinado.
do livro Gritos, 1986 em B. Central

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